sábado, 16 de fevereiro de 2008

Cidade sofre com escalada da violência e população fica aterrorizada

Autoridades se reúnem para discutir soluções em conjunto com a população. Criminalidade abala comunidade de Ponta de Pedras

Devido ao clima de insegurança vivido pela população goianense e o anúncio de que Goiana é a 60ª cidade mais violenta do Brasil, diversas autoridades se reuniram na Colônia dos Pescadores, em Ponta de Pedras, dia 13 de fevereiro, no intuito de debaterem propostas para solucionar os problemas da criminalidade em conjunto com a população.
Estiveram presentes na reunião o coronel- diretor de Ações Especiais da Polícia Militar, José Lopes, o delegado Regional de Polícia Civil, Odívio Pessoa Vasconcelos, o prefeito de Goiana, Henrique Fenelon, o comandante da 3ª Companhia de Polícia Militar de Goiana, capitão Arlindo, o delegado de Polícia Civil de Goiana, Salustiano Albuquerque, entre outras autoridades.
Durante todo o encontro foi dada a oportunidade para que muitos cidadãos se pronunciassem. E, a população assim o fez. Diante do anúncio do estudo feito pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (Ritla), onde Goiana aparece como a 9ª cidade mais violenta de Pernambuco, muitos populares se mostraram inconformados com a situação de insegurança em todo o município.
Para diretora do Colégio Manuel César de Albuquerque, localizado em Ponta de Pedras, Janaína Pacheco, a situação no meio escolar está insustentável. “Tenho dificuldades para atuar como educadora. Estão levando drogas para dentro do colégio”, revelou.
No entender do delegado Salustiano Albuquerque, a questão da droga é decisiva para o aumento da criminalidade no município. “No ano passado fizemos uma apreensão de 60 quilos de maconha em Ponta de Pedras. Antigamente não se via algo assim nas praias de Goiana. Certamente este é um grande problema que gera muita violência e precisa ser combatido”, salientou.
Segundo o coronel
José Lopes, a questão da violência ter aumentado tanto na sede de Goiana, quanto nos distritos, pode ser resultado de um policiamento que não antecipa futuros problemas. “Às vezes não existe sinergia entre a população e os policiais. Uma maior rotatividade nas escalas poderia resolver isso, caso o problema seja mesmo este. Em alguns casos o policiamento pode não ser proativo”, explicou.
No seguimento da reunião foi sugerida uma transformação da 3ª Companhia de Polícia Militar de Goiana em uma companhia independente, com maior efetivo. No entanto, o coronel José Lopes explicou que para aumentar o número de policiais no município, é necessário que o governo do Estado faça um concurso público.
Uma das questões levantadas durante o encontro foi o porquê da Delegacia Regional de Polícia Civil, que teve a sua transferência anunciada para a cidade de Goiana no ano passado, ainda não ter se mudado para um imóvel na sede do município. Segundo o delegado Odívio Vasconcelos, o que impede essa transferência é a não localização de instalações adequadas para receber tanto a Delegacia Regional quanto a de Goiana. “Nós estamos procurando um imóvel com dez cômodos, que comporte as duas delegacias. Mas, até agora não encontramos. Essa possibilidade de unir as delegacias seria muito positiva, no entanto, já estudamos o caso de irmos para um imóvel com cinco cômodos. Sendo assim, elas ficariam separadas”, explicou.
Para o comandante da 3ª CPMG capitão Arlindo, muitos problemas poderiam ser melhor resolvidos se a polícia estivesse melhor equipada. “A população cresceu, a cidade se desenvolveu e a estrutura da polícia continua a mesma de 10 anos atrás”.
No final da reunião foi anunciado que em aproximadamente um mês haveria um novo encontro com a participação de autoridades e da população de Goiana e distritos.

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